5 sinais de que os seres humanos continuam evoluindo


Apesar de os humanos atuais serem o resultado de milhares de anos de evolução, não pense você que nós somos o produto final do desenvolvimento da nossa espécie. Embora não pareça, a verdade é que nossos corpos e comportamentos ainda estão passando por transformações e se adaptando ao ambiente onde vivemos.

Aliás, vários estudos apontaram que não só existem evidências de que continuamos evoluindo, como esse processo está acontecendo bem depressa, especialmente desde o surgimento da agricultura. Pensando nisso, Jessica Hullinger, do portal Mental_Floss, reuniu alguns sinais da nossa contínua evolução, e você pode conferir quais são eles a seguir:


1 – Nosso cérebro está diminuindo

Como você sabe, nós, humanos, fomos desenvolvendo cérebros maiores ao longo de nossa história evolutiva, e isso nos deu uma incrível vantagem sobre outras espécies que vivem na Terra. Entretanto, cérebros maiores também demandam uma enorme quantidade de energia para funcionar, e existem evidências de que nos últimos 30 mil anos eles começaram a “encolher”.

De acordo com Jessica, o volume médio do cérebro humano diminuiu de 1,5 mil centímetros cúbicos para cerca de 1,35 mil cm3 — o que seria equivalente a remover um pedaço do tamanho de uma bola de tênis dos seus miolos —, e existem várias teorias sobre o motivo de os cérebros estarem encolhendo.

Para alguns pesquisadores, eles estão ficando menores simplesmente porque nós estamos ficando mais... burros. Segundo os defensores dessa teoria, ao longo da história, os cérebros diminuíram conforme as sociedades foram se tornando mais complexas e maiores, sugerindo que a segurança que as sociedades modernas oferecem anula a necessidade de ter que “usar a cabeça” para sobreviver.

Também existem pesquisadores que acreditam que cérebros menores são evolutivamente vantajosos, já que eles nos tornariam menos agressivos, permitindo que tivéssemos uma convivência mais pacífica. E ainda há os cientistas que não pensam que estamos ficando burros, mas sim que os nossos cérebros estão ficando menores para se tornarem mais eficientes, pois assim eles se reorganizariam de forma que pudessem trabalhar mais depressa.

2 – Estamos nos tornando mais resistentes

Segundo Jessica, pesquisadores identificaram 1,8 mil genes que só se tornaram prevalentes nos humanos nos últimos 40 mil anos, e muitos deles estão associados ao combate de doenças infecciosas. Assim, pessoas que vivem em cidades desenvolveram mutações que as tornam mais resistentes contra a tuberculose e a lepra, por exemplo, e existem dezenas de novas variantes genéticas contra a malária se espalhando na África.

3 – Estamos nos tornando tolerantes à lactose

Basicamente, o gene que controlava a habilidade dos nossos ancestrais de digerir alimentos derivados do leite se tornava inativo assim que os bebês “desmamavam” de suas mães.

De acordo com Jessica, quando os nossos ancestrais começaram a domesticar animais como vacas, ovelhas e cabras, o leite e seus derivados se tornaram novas fontes de calorias e nutrientes. E os indivíduos que traziam a mutação genética que permitia que eles pudessem consumir esses alimentos sem morrer de dor de barriga começaram a passar a novidade aos descendentes.

O mais interessante é que essa característica genética continua sendo transmitida, já que não são todos os seres humanos que podem consumir lactose tranquilamente. Um estudo realizado em 2006 apontou que populações que ocupavam o leste da África há 3 mil anos ainda estavam desenvolvendo a tolerância, e atualmente a mutação que permite a digestão da lactose está presente em 95% dos descentes dos povos que habitavam o norte da Europa.

4 – Os dentes do siso estão desaparecendo

Os nossos ancestrais começaram a apresentar os dentes do siso devido à sua dieta, baseada em alimentos como raízes, folhas, frutos secos, carne crua e até um eventual ossinho. Acontece que rasgar e mastigar esses itens — rústicos — provocava um grande desgaste nos dentes, portanto os terceiros molares provavelmente surgiram para acomodar os hábitos alimentares dos nossos antepassados.

Entretanto, com o passar do tempo, a nossa dieta passou a ser baseada em alimentos mais fáceis de serem triturados, sem falar que hoje nós contamos com a ajuda de utensílios que nos permitem cortar, fatiar, picar, descascar etc. a nossa comida. Com isso, os nossos maxilares foram se tornando menores — e os dentes do siso, além de perder sua utilidade, perderam espaço nas nossas bocas, e é por isso que muita gente tem problemas quando eles nascem.

Assim, segundo Jessica, hoje os sisos são considerados uma “estrutura vestigial humana” — assim como o apêndice, o cóccix e os pelos do corpo —, e a estimativa atual é que 35% da população mundial nascem sem esses dentes, e a tendência é que eles desapareçam completamente.

5 – Os olhos azuis surgiram

Originalmente, todos os humanos tinham apenas olhos castanhos, até que alguém nasceu com uma mutação genética que deu origem à cor azul. Esse indivíduo viveu entre 7 e 10 mil anos atrás em algum lugar da região do Mar Negro e foi o responsável por espalhar essa característica para uma parcela da população.

A descoberta é notável, mas ninguém sabe explicar o motivo de os olhos azuis terem persistido geneticamente entre nós. Segundo Jessica, uma teoria é a de que essa característica tenha sido utilizada pelos nossos ancestrais como uma espécie de teste de paternidade, já que pais com olhos azuis concebem filhos de olhos azuis. Assim, é possível que nossos ancestrais com olhos azuis procurassem parceiras com os olhos dessa cor para garantir que elas fossem fiéis.

Apesar de essa ideia ser altamente especulativa, um estudo realizado por pesquisadores noruegueses apontou que pessoas de olhos castanhos não parecem se sentir mais ou menos atraídas por indivíduos com cores de olhos específicas. Por outro lado, homens de olhos azuis parecem expressar preferência por mulheres que também têm olhos dessa cor — apoiando a teoria do “teste de paternidade” evolutivo.


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