H. P. Lovecraft
Howard Phillips Lovecraft, ou simplesmente e como é mais conhecido, H. P. Lovecraft nasceu em Providence, Rhode Island, em 20 de agosto de 1890.
Lovecraft foi um escritor americano que revolucionou o gênero de terror, atribuindo-lhe elementos fantásticos típicos dos gêneros de fantasia e ficção científica.
Lovecraft originou o ciclo de histórias que, posteriormente, foram agrupadas no Cthulhu Mythos e o grimório fictício conhecido como Necronomicon, através do qual os seres humanos em suas histórias se comunicam com o panteão de entidades criadas pelo autor.
Seu estilo literário emprega arcaísmos, vocabulário e ortografia marcadamente britânicos, fato que contribui para aumentar a atmosfera de suas histórias, como no conto O Caso de Charles Dexter Ward, que contêm referências a personagens que viveram antes da independência das Treze Colónias, bem como a estabelecimentos comerciais existentes entre os séculos XVII e XVIII.
Lovecraft chamava seu princípio literário de "cosmicismo" ou "terror cósmico", pelo qual a vida é incompreensível ao ser humano e o universo é infinitamente hostil aos seus interesses.
Lovecraft era o único filho de Winfield Scott Lovecraft, negociante de joias e metais preciosos, e Sarah Susan Phillips, oriunda de uma família notória.
Winfield e Sarah casaram-se numa idade relativamente avançada para a época. Quando Lovecraft tinha três anos, seu pai sofreu uma aguda crise nervosa que o deixou com profundas sequelas, obrigando-o a passar o resto de sua vida em clínicas de repouso.
Assim, ele foi criado pela mãe, pelas duas tias e pelo avô, Whipple van Buren Phillips. Lovecraft era um jovem prodígio que recitava poesia aos dois anos e já escrevia seus próprios poemas aos seis.
Lovecraft era uma criança constantemente doente.
Seu avô morreu em 1904, o que levou a família a um estado de pobreza, devido à incapacidade das filhas de gerirem seus bens. A família foi obrigada a se mudar para acomodações menores e insalubres, o que prejudicou ainda mais a já débil saúde de Lovecraft.
Durante a juventude, Lovecraft dedicou-se a escrever poesia, mergulhando na ficção de terror apenas a partir de 1917. Em 1917, publicou seu primeiro trabalho profissional: o conto Dagon, na revista Weird Tales.
Lovecraft trabalhou como jornalista por um curto período, durante o qual conheceu Sonia Greene, com quem viria a casar. Ela era uma judia natural da Ucrânia, oito anos mais velha que ele, o que fez com que sua tias protestassem contra o casamento.
O casamento durou poucos anos e, após um divórcio amigável, Lovecraft regressou a Providence, onde moraria até morrer.
Seus últimos anos de vida foram bastante difíceis. Em 1932, sua amada tia Lillian Clark, com quem ele vivia, faleceu. Lovecraft mudou-se com Annie Gamwell, sua outra tia e companhia remanescente, para uma pequena casa alugada, que se situava atrás da biblioteca John Hay.
Para sobreviver, considerando-se que seus próprios textos aumentavam em complexidade e número de palavras, dificultando as vendas, Lovecraft apoiava-se como podia em revisões e ghost-writing de textos assinados por outros, inclusive poemas e não-ficção. Em 1936, a notícia do suicídio do seu amigo Robert E. Howard deixou-o profundamente entristecido e abalado.
Nesse ano, a doença que o mataria (câncer no intestino) já avançara o bastante para que pouco se pudesse fazer contra ela. Pelos meses seguintes, Lovecraft aguentou dores cada vez mais crescentes, até que, a 10 de março de 1937, viu-se obrigado a internar-se no Hospital Memorial Jane Brown. Ali morreria cinco dias depois. Contava então 46 anos de idade.
Top 5 obras importantes de H. P. Lovecraft:
O Medo à Espreita - O melhor conto de horror “tradicional” de Lovecraft, mas mesmo usando de inúmeros clichês, H.P. deixa seu clássico final em aberto que nos deixa encucados, não com a história de terror contada, mas sim as consequências que as descobertas feitas nela podem trazer.
Dagon - Provavelmente o conto mais importante do escritor, aqui vemos todas as características que se mantiveram por toda sua obra, e é impressionante sendo que esse é seu primeiro conto profissional.
O Chamado de Cthulhu - O conto mais icônico de Lovecraft, mas não é injusto dizer que já não causa o mesmo impacto da época em que foi lançado, então não espere algo assustador, isso é uma das coisas que acaba levando muitas pessoas a não gostarem do escritor, esperam algo assustador e que perturbe, mas se decepcionam.
Nas Montanhas da Loucura - Tido por muitos como a Magnum Opus do escritor, devo dizer que, pelo menos em relação aos “Mitos de Ctchulhu” isso é um fato, caso não saibam, é a mitologia criada com base nas obras de H.P. Lovecraft que dizem respeito aos Grandes Deuses Antigos, que dominaram o mundo a milhões de anos atrás, e que podem retornar a qualquer momento.
Nessa obra, diferente das outras de Howard, a sutileza é deixada de lado, e vemos, de cabo a rabo, toda a trajetória dessas criaturas em nosso universo, em uma história extremamente criativa que mistura elementos de ficção, com fantasia e, claro, o terror.
Filmes que abordam o universo criado por Lovecraft:
Morte Para um Monstro - (Die, Monster, Die!, 1965), de Daniel Haller, com Boris Karloff, Nick Adams, Freda Jackson, Patrick Magee, Paul Farrell. Baseado no conto A Cor Que Caiu do Espaço (The Colour Out of Space).
Re-Animator - (Re-Animator, 1985), de Stuart Gordon, com Jeffrey Combs, Bruce Abbott, Barbara Crampton. Baseado no conto Herbert West, Re-Animator (Herbert West, Re-Animator).
Do Além - (From Beyond, 1986), de Stuart Gordon, com Jeffrey Combs, Barbara Crampton, Ted Sorel. Baseado no conto Do Além (From Beyond).
O Chamado de Cthulhu - (The Call of Cthulhu, 2005), de Andrew Leman, com Ramón Allen Jr., Leslie Baldwin, Daryl Ball, David Mersault, Noah Wagner. Baseado no conto O Chamado de Cthulhu (The Call of Cthulhu).
Média metragem, preto e branco e mudo. Apesar de feito em 2005, foi feito pra parecer antigo, da época do cinema mudo. É considerado pelos fãs a melhor adaptação de Lovecraft já feita.
À Beira da Loucura – (In the Mouth of Madness, 1994), de John Carpenter, com Sam Neill.
Não é baseado especificamente em nenhum dos seus contos em particular, mas é como se fosse uma bela homenagem ao autor, pegando um pouco de cada uma de suas mitologias e criando um roteiro terrivelmente assustador, que coloca a humanidade em xeque, sucumbindo contra uma poderosa força que vivia adormecida na terra, até recobrar a consciência e resolver reivindicar o que é seu por direito.
O investigador John Trent (Sam Neill) é contratado para achar Sutter Cane (Jürgen Prochnow), um escritor de histórias de terror que, após terminar seu último livro, misteriosamente desapareceu. Mesmo desconfiando que isso não passa de uma jogada publicitária, aceita o trabalho. Passa a ler seus livros, procurando pistas da cidade onde Cane possa estar escondido, mas estes livros são macabros e, após sua leitura, as pessoas agem de um modo bem estranho.